terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa - Leitura encenada







Na próxima sexta-feira, pelas 21.30h, contrariando solarengamente a retirada para férias, no Porto apresenta-se uma leitura integral e encenada dos 49 poemas de O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa.

a sua ficha técnica é simples

Encenação e Interpretação: Nuno Meireles
Cartaz: Enzo Meireles (design gráfico) e António Santos (ilustração)
Apoio: Poetria
Duração Aproximada (com intervalo): 1h.30min.

Palacete dos Viscondes de Balsemão (Praça Carlos Alberto, nº 71)

...

Ricardo Reis, Fernando Pessoa, Álvaro de Campos - todos mudaram quem eram depois de conhecerem Caeiro e ouvirem a leitura dos poemas de o "Guardador de Rebanhos" talvez da sua boca, dessa sua voz "lançada num tom de quem não procura senão dizer o que está dizendo - nem alta nem baixa, clara, livre de intenções, de hesitações, de timidezas".

E é essa leitura em voz alta de Alberto Caeiro dos seus poemas que se faz de conta que esta outra leitura em voz alta é.

6 comentários:

José Augusto Macedo do Couto disse...

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Muito obrigado pelas suas palavras, caro Macedo Couto, e obrigado também por ter sido um espectador tão receptivo,

Nuno Meireles
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Obrigado pelo seu texto (acima) em resposta ao meu Email de ontem.
Penso que eu e todos os outros espectadores é que lhe devemos agradecimento pelos belos momentos que nos proporcionou.
Gostaria de saber de novas apresentações suas sobre poesia encenada, pelo que lhe solicito que me informe de realizações futuras.

Obrigado.
José Augusto Macedo do Couto
Porto

Email: jamcouto1@me.com

Isabel (Bé) disse...

Olá Nuno
Parabéns e Obrigada pelo bom momento que nos proporcionaste.

Conforme nossa conversa junto envio o pensamento de Fernando Pessoa que tanto admiro e gostava de conseguir ler para além das reticências.

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não me esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo e que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e tornar-se um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Beijinhos e continuação de um excelente trabalho
Isabel

Nuno Meireles disse...

Olá Isabel, obrigado pelo teu comentário e quanto ao texto penso que o reconheço mas não é do Pessoa, é de um rapaz(?) brasileiro que o escreveu e pôs a circular na net como sendo do Pessoa, mas vou procurar mais dados sobre ele para confirmar isso. Até lá um abraço
Nuno

Nuno Meireles disse...

Isabel, no umfernandopessoa.blogspot.com vi isto

"Circula pela Internet um texto que supostamente será de Fernando Pessoa. Seria demasiado doloroso colocá-lo aqui, sobretudo para os leitores habituados à qualidade dos originais, mas basta deixar-lhes o início e o fim do mesmo:

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes (...) Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…"

Certamente que Pessoa escreveu coisas más. Aliás, como se vai publicando tudo o que ele escreveu, algumas coisas que se vão lendo são realmente de menor qualidade. Mas mesmo assim o mau do Pessoa anda muito longe do mau de muitos textos que lhe são atribuídos. Não porque os mesmos não possam ter o seu valor (relativo) para alguns, mas antes porque não constituem a mais-valia absoluta de um texto original de Pessoa, no que este nos comunica de pensamento, raciocínio e emoção.

Ainda me impressiona como algumas pessoas podem confundir um texto daqueles com Pessoa. Só mesmo por desconhecimento completo do que ele escreve e mesmo assim... aliás o ridículo é que alguém supostamente mais iluminado já caiu no erro - e escreveu sobre isso num jornal nacional.

Mais propriamente Laurinda Alves, jornalista e autora, que no dia 13 de Abril de 2007 escreveu a seguinte pérola na sua coluna "Coisas da Vida" no Público.

Claro que quem pagou foi o provedor do Público, que recebeu inúmeras queixas de leitores. Todos com imensa razão. Tanto que o Mundo Pessoa pegou no assunto e lhe deu relevância. O processo rocambolesco (no mínimo) é descrito ao pormenor no site amigo pessoa.art.br

Não é que Laurinda Alves possa ser considerada o apogeu do intelectualismo nacional, mas uma jornalista culta e bem informada, quando lê aquele texto não o pode confundir com um texto escrito por Pessoa, nem sequer com um texto escrito em Português de Portugal... Laurinda Alves levou a mal que lhe apontassem o engano, mas retratou-se mesmo assim.

Resta saber o que valeu o exemplo para o futuro. Quase nada diria eu. Ao fazer uma busca em blogs encontrei outro maravilhoso apócrifo que tem estas passagens inesquecíveis:

Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.

(...)

As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces. O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!

Palavras para quê, Pessoa autêntico, sem dúvida. Ao menos este blogger acaba a citação com o pedido que alguém diga se o poema não é de Pessoa. Não, não é. De Pessoa. E eu disse-lhe.

Porquê afinal o engano? Basta analisar o tema, a forma, a métrica, o vocabulário... tudo triste, banal, pseudo-espiritual - numa palavra demasiado fraco. Não percebo a possibilidade sequer de confusão. Mas a confusão vai continuar a existir e a enganar quem deseje ser enganado."

http://umfernandopessoa.blogspot.com/2008/04/sobre-os-textos-apcrifos-de-fernando.html

- pronto, afinal não é do Pessoa...
um novo abraço
nuno

Isabel (Bé) disse...

Olá Nuno,
obrigada pela tua resposta. Ainda bem que eu te abordei a dizer que nada sabia sobre Pessoa e gostava de saber mais...que gostava de iniciar por algo relacionado com aquele pensamento...se eu não tivesse referido isto, o que pensarias de mim ??!!! he he he
Beijinhos
Isabel

Nuno Meireles disse...

Bem Isabel, não é esse texto do Pessoa mas com a quantidade de textos que ele deixou não é de admirar que mais tarde ou mais cedo encontres algo de que gostes muito.

Um abraço
Nuno