quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Poesia in Progress - Poesia Grega 5º feira 29/1 às 21.30
"Não aspires, minha alma, à vida eterna:
Mas vai esgotando o campo do possível" - Píndaro, in Píticas III
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Fernando Pessoa e a Polémica
Há um ponto especial nisto tudo que parece opor simbolicamente os vários signatários: os investigadores em causa são-no e são estrangeiros e os familiares de Pessoa são-no e não são investigadores.
Setenta anos passaram da morte de Pessoa e desse espólio bibliográfico, entre manuscritos, dactiloscritos, mistos - corrigidos ou não - marginálias, traduções, cartas, originais e tudo o mais, em setenta anos, terão sido desviados, incertamente catalogados, duvidosamente atribuídos, ambiguamente copiados e também ambiguamente editados, vendidos, leiloados, coleccionados uma quantidade que não podemos agora nem nunca poderemos prever.
E nisto tudo Pessoa é uma construção. É uma construção de João Gaspar Simões, de José Régio, de Adolfo Casais Monteiro. Ou seja da Presença e depois da Ática. E depois de toda a gente. É uma construção até por parte da figura de bronze da Brasileira. Ou do desenho de Almada. E Pessoa foi sempre estes pedacinhos, e sempre nada. Foi sempre esta bagunça de papeis, este corropio de colecção. Foi sempre estas lutas de recolha, de leitura, estudo e edição.
É preocupante não se ter os papeis todos? É.
É preocupante não haver catalogação exaustiva de tudo, das suas leituras aos textos, seja em que suporte for? É.
Mas é outra coisa também, igualmente supersticiosa: nos braços e pernas e corações e cabeças dos familiares de Pessoa corre-lhes o seu sangue, e isso é coisa mágica que os não iguala a ninguém; e também é verdade que nos é simbolicamente humilhante que sejam investigadores estrangeiros a estudar, a editar, a compilar, a ler e a decifrar a caligrafia de Pessoa.
Isso, mais que os leilões, mais que Jorge de Sena a subtrair o original da "Ceifeira", mais que o possessivo Gaspar Simões, mais que os erros de leitura da Ática, mais ainda que a ameaça de dez anos de processo judicial da Assírio à Relógio D´Água por causa da publicação de Teresa Sobral Cunha do "Livro do Desassossego", mais do que tudo, isso é que nos rouba.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
"Tabacaria" faz hoje anos
Para quem o queira visitar, ao poema (e ao próprio Álvaro de Campos, de certa maneira), ele está aqui. Aproveitem e façam uma visita ao resto do site e de como Fernando Pessoa pode ser o que é, ou seja, mais que um homem, uma força enaltecedora dos talentos de múltiplos Pessoanos. Nós todos, à nossa maneira, também heterónimos.
De resto, um abraço ao senhor engenheiro, tratado tão carinhosamente por Teresa Rita Lopes, de
domingo, 11 de janeiro de 2009
Tabacaria - leitura encenada - folha de sala
Tabacaria
de Álvaro de Campos
Leitura Encenada*
10 de Janeiro de 09
Tido como o poema emblema e síntese de Fernando Pessoa/Álvaro de Campos, Tabacaria é o contraste dramático de quem olha pela sua janela e pensa que um dia nada existirá, nem a língua em que escreve, nem a tabacaria de defronte, tão inútil uma coisa como a outra.
Publicado em 1933, na presença, vem assinalado com a data 15 de Janeiro de 1928. Tão próximos que estamos desse dia do mês, hoje marcamos o aniversário de um texto ficcionalmente pouco mais que octogenário.
*Esta é uma leitura encenada, i.e. a partir da geografia exterior e interior em que tudo acontece.
Fernando Pessoa, esse génio da simulação, convida-nos avidamente a ler em voz alta, a ser os seus poemas-dramas. Todo o seu acervo não é senão a dramaturgia mais intrincada e complexamente rica que terá visto o séc.xx português.
DIRECÇÃO/INTERPRETAÇÃO NUNO MEIRELES
ILUSTRAÇÃO DO CARTAZ (Pessoa) ANA TERESA FERNANDES
ILUSTRAÇÃO DO CARTAZ (Tabacaria) ANTÓNIO SANTOS
DESIGN GRÁFICO ENZO MEIRELES
DESIGN DE LUZ RUI OLIVEIRA E NUNO MEIRELES
OPERAÇÃO LUZ/SOM RUI OLIVEIRA
MÚSICA SERGEI RAKHMANINOV POR VLADIMIR ASHKENAZI
APOIO POETRIA – POESIA & TEATRO
AGRADECIMENTOS Dina Ferreira/Poetria; Enzo Meireles, António Santos e Ana Teresa Fernandes; Contagiarte.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Tabacaria vs. A Tabaceria: esclarecimento
Por inacreditável gralha e crassa ignorância veio anunciada na newsletter do Contagiarte para este sábado uma leitura encenada de "A Tabaceria", em vez de "Tabacaria de Álvaro de Campos".
Eu não sei o que Tabaceria é, nunca me interessaram Tabacerias, não quero sequer ver no dicionário o que possam ser Tabacerias, mas só pode ser sinónimo - no dicionário dos sinónimos - da mais parvónia incúria e ignorância. Para não falar num atestado de incompetência a quem revê newsletters e afins.
Dito isto, tenho a esclarecer que será feita uma leitura encenada de "Tabacaria", um poema de Álvaro de Campos.
Quanto a leituras encenadas de "A Tabaceria" outros haverá - e muitos - que a farão melhor - e muito melhor - que eu.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Tabacaria - leitura encenada - sábado, 10 Janeiro às 22.45h no Contagiarte
Tabacaria
de Álvaro de Campos
Leitura Encenada
por Nuno Meireles
"Tomem-no como quiserem, pensem o que lhes apetecer, à hora em que escrevo estas linhas, Tabacaria é o mais belo texto do mundo..."
Jean-Pierre Thibaudat
Tido como o poema emblema e síntese de Fernando Pessoa/Álvaro de Campos, Tabacaria é o contraste dramático de quem olha pela sua janela e pensa que um dia nada existirá, nem a língua em que escreve, nem a tabacaria de defronte, tão inútil uma coisa como a outra.
Esta é uma leitura encenada, i.e. a partir da geografia exterior e interior em que tudo acontece.
Direcção/Interpretação: Nuno Meireles
Operação de Luz/Som: Rui Oliveira
Sábado, 10 de Janeiro, 2009
22.45h
Duração aproximada: 30`