segunda-feira, 27 de outubro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

Jorge de Sena, no Progresso, com a Poetria

Jorge de Sena (1919-1978), poeta e erudito, combativo irreverente e homem de um génio comparável aos homens que ele estudou será alvo de uma sessão monográfica nesta próxima quinta feira, dia 30 de Outubro, perto da data do seu aniversário.

Poesia in Progress
Poetria e Café Progresso
21.30h
poesia lida e intervenções várias

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

sessão de poesia - Álvaro de Campos, 19 de Outubro no Gato Vadio

Vimos por este meio fazer saber que o Ex.mo Sr. Engenheiro Naval Álvaro de Campos (por Glasgow), autor de várias poesias e auto-designado escritor Sensacionista, será ora homenageado com leituras de vários dos seus textos poéticos por ocasião (tardia) do seu aniversário, celebrado a dia 15 do corrente mês.

Muito nos honraria com a sua presença

A administração,


Álvaro de Campos
Sessão de Poesia
Por Nuno Meireles e Júlio Gomes
Domingo, 19 de Outubro, 18h
Gato Vadio

sessão de poesia - António José Forte, 18 de Outubro no Gato Vadio

António José Forte, Com Uma Faca nos Dentes

Pressente-se, mais do que noutros poetas do surrealismo português, que António José Forte (1937 – 1988) escreve de credo na boca:

“não há dinheiro para partir de vez
não há espaço de mais para ficar
ainda não se pode abrir uma veia
e morrer antes de alguém chegar”

O lirismo presente na poesia de Forte – surrealizado-insuflado na obra dos mais “visíveis” surrealistas portugueses, como Mário Cesariny ou Cruzeiro Seixas – não atenua a insurgência existencial, mas corre ao lado da raiva, da revolta, da violência com que Forte trata tudo aquilo que espezinha a liberdade e precariza a criação do indivíduo. Nesse confronto consciente e (solitário) do sujeito “criar-se” contra o mundo, Forte traz a faca no dentes:

“Aos dezoito anos, aos vinte e oito, a vida posta à prova da raiva e do amor, os olhos postos à prova do nojo. Entrar de costas no festival das letras, abrir passagem a golpes de fígado para a saída do escarro. (…) No meu reino apenas palavras provisórias, ódio breve e escarlate. Nem um gesto de paciência: o sonho ao nível de todos os perigos. Pelo meu relógio são horas de matar, de chamar o amor para a mesa dos sanguinários.”

Insurge-se, por isso, não contra (ou só) a realidade medíocre do fascismo salazarento, mas contra todas as formas possíveis da peste do espírito e do tempo. O horizonte de revolta e realização existencial de Forte supera as fronteiras do tempo e espaço. Ele próprio diz sobre a poesia: “a arte de traduzir em palavras a possibilidade do absoluto.”
E vai ainda mais longe, onde poucos que escrevem arriscam chegar, pois sabe que o gume do risco e o eixo da liberdade começa e acaba dentro de cada um e nem sempre se cumpre essa passagem sagrada-infernal sem ter pronto um esgar de sublevação contra o hediondo que espreita em nós.

“O mais belo espectáculo de horror somos nós. Este rosto com que amamos, com que morremos, não é nosso; nem estas cicatrizes frescas todas as manhãs, nem estas palavras que envelhecem no curto espaço de um dia. (…) Só a custo, perigosamente, os nossos sonhos largam a pele e aparecem à luz diurna e implacável. A nossa miséria vive entre as quatro paredes, cada vez mais apertadas, do nosso desespero. E essa miséria, ela sim verdadeiramente nossa, não encontra maneira de estoirar as paredes. Emparedados, sem possibilidade de comunicação, limitados no nosso ódio e no nosso amor, assim vivemos. Procuramos a saída – a real, a única – e damos com a cabeça nas paredes. Há então os que ganham a ira, os que perdem o amor.”

O Gato Vadio orgulha-se de poder dizer a poesia de António José Forte, já que de credo na boca andamos há muito tempo.

(Júlio Gomes)


António José Forte
Sessão de Poesia
Por Nuno Meireles e Júlio Gomes
Sábado, 18 de Outubro, 23h
Gato Vadio
Entrada livre

domingo, 12 de outubro de 2008

sessão de poesia - Álvaro de Campos, no Gato Vadio

sessão de poesia - António José Forte, no Gato Vadio

Álvaro de Campos em cena, em breve

Álvaro de Campos, o engenheiro sensacionista, o febril apologista das máquinas e das coisas que andam pelos mares e ruas - em especial a memória - estará em cena, em breve, em um ou dois dos seus poemas, publicados em Orpheu 1.